Enem terá mudanças para retomar avaliação do ensino médio
No entanto, prova deste ano manterá os moldes anteriores. Maria Inês defende que o exame seja de qualificação de desempenho.
A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, disse nesta quinta-feira (8) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não deve ter a função de fazer uma “varredura do conteúdo do ensino médio” e que haverá mudanças na prova.
O objetivo da atual gestão é resgatar a característica do exame de avaliar a situação do ensino médio. “O Enem não está ‘referenciado’ no currículo do ensino médio, ele foi determinado por uma comissão em 2009 para se constituir em um programa de seleção de alunos para o ensino superior e não de qualificação de desempenho ao final da escolaridade básica”, disse Maria Inês.
“O exame não pode continuar sendo, com essa envergadura, um exame nacional de seleção para o ensino superior. A gente quer um exame que qualifique o desempenho e que inclua todos, onde os jovens não percam as vantagens que tiveram com o Enem, mas que ao mesmo tempo possa sinalizar para o ensino médio mudanças significativas ou aprofundamentos de currículo”, disse Maria Inês.
Ela garantiu, no entanto, que a edição deste ano, aplicada em 5 e 6 de novembro, vai manter os moldes dos anos anteriores. Neste ano, mais de 8 milhões de participantes confirmaram as inscrições.
“O Enem 2016 é exatamente aquilo que foi desenhado quando chegamos ao ministério da Educação, não haverá nenhum tipo de mudança do modelo tradicional”, disse.
Maria Inês defende que o Enem seja um exame de qualificação de desempenho que possa sinalizar uma mudança no ensino médio e um aprofundamento no currículo. “(O Enem) não pode estar vinculado a tirar pessoas do jogo como um exame de seleção de alunos”, afirmou.
Ela diz que o MEC está estudando uma reformulação com parceiros e consultores e acompanha o movimento de construção da Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Desde 2009, o Enem passou a ser adotado por algumas universidades como forma de seleção. Até então, o exame, não obrigatório, era usado apenas para avaliar o aprendizado entre os alunos do ensino médio.
Fonte: g1.globo.com